Antônia, depois da inesquecível noite anterior, quando conhecerá um misterioso e sedutor galalau, não entendeu sua ausência repentina e se repetia:
“Hoje eu varri o coração
Troquei os moveis de lugar
Deixei flores na janela
E você não veio.
Esvaziei o guarda-roupa
Mudei o cabelo, mudei a vida,
A cor das unhas e da alma
E você não veio.
Coloquei o vestido que você gostou
Fiz a mesma comida
Comprei as bebidas
Deixei tocando a mesma canção
E você não veio.
Você não e veio e eu não fui.
Fiquei em mim – não vou a lugar algum...
Você não veio e não vem?”
Na mesma noite, Thyrteu - assim chamou-o ela, assim o chamo eu, um dia depois apareceu em um dos seus sonhos com um discurso insano que dizia:
"Antônia,
Tive de experimentar nós dois apenas uma vez,
Como a uma dose única de um veneno doce e mortal,
E depois partir - deixar o corpo quente para trás.
Esquecer o cheiro, o gosto, o som que tua pele na minha faz.
A falta de ar que meu peito teima em sentir quando te vejo.
Esquecer o beijo que tanto me faz falta não ter.
Fiquei mordendo tua boca em pensamento.
Mas não posso voltar!
Nem podia ter ido!
Você certamente não entenderá.
Certamente não entendeu quem eu sou.
- Tudo foi apenas um sonho – só um sonho.
Agora durma Antônia! Durma!"