Tiele Karina Rosa Alves abriu
seus olhinhos cor de mel na São Francisco de Assis de 1984, em uma manhã
iluminada do mês de abril, onde foi apresentada ao melancólico outono Assisense.
Desde então, jamais abandonou a cidade e acredita ser o melhor lugar do mundo
para se viver.
Tiele, do Tupi-Guarani – Tielê-Tielê
- significa: guerreira de cabelo negro e coração adocicado. E a pequena guerreira
aprendeu ainda criança que a vida não é perfeita, mas que quando uma porta se
fecha, outras tantas janelas se abrem. E assim, sob os cuidados de seus avôs,
descobriu o melhor de sua infância.
Sempre sonhadora, imaginava
viagens sem destino pelo mundo a fora.
Tiele Karina era diferente,
enquanto todas as crianças tinham cachorros, gatos e amigos imaginários, ela tinha
Kikita – uma galinha magricela e faceira que a seguia por toda a parte. Tiele
adorava sua amiga galinha. O problema foi que “Dardanhã”, o cachorro da
família, também começou a “gostar” de Kikita e passou a olhá-la com outros
olhos. E foi assim que Kikita virou almoço de cachorro. As perdas nunca são
fáceis. Tiele Chorou por dias, até aceitar e perceber que o que existiu era
muito mais forte do que o que havia acabado.
O tempo foi passando e logo Tiele começou sua
longa jornada de estudante. Aluna exemplar e dedicada, sempre mostrou boas
notas e um gosto pela escola.
Curiosa - conheceu novos amigos,
descobriu Porto Alegre. Conheceu Pinhal e os primeiros namoricos, se apaixonou,
desapaixonou e talvez ainda repita esse ciclo mais algumas vezes. Aos poucos
descobriu muitas coisas fora dos muros de sua casa.
Foi ainda no colégio que
encontrou o gosto pelo Ballet e começou a ter aulas de dança. Algumas “saracoteadas”
depois e já estava se apresentando com seu grupo no palco do ginásio de São
Francisco.
O canto a cidade foi a música que
marcou sua estréia. Ainda sem saber, tempos mais tarde, a menina se tornaria
mulher para ser eleita a Mais Bela Estudante de sua cidade e mostrar que também
era um rostinho bonito.
Mas, nem tudo eram flores.
Esperta, tinha o dom de convencimento e o exercia muito bem. Transgressora, sempre
arrumava uma maneira de burlar as regras usando todo seu jeitinho meigo.
Jamais esquecerá os finais de ano
de sua infância, com toda a família reunida. Os planos bem arquitetados para o
furto das cervejas que tomava escondida em baixo da cama com seus primos.
Aliais, Tiele Karina nunca aceitou uma vida totalmente sóbria. Achava e acha
importante uma “certa dose’ de desprendimento para que a vida não fique séria
de mais.
Sempre calma, demorava a se irritar,
mas quando perdia a paciência (...) O melhor mesmo era sair de perto. Tiele
Maria também foi e é um pouco de Martha Medeiros: Quando se entrega, se atira.
Mas quando recua, não volta mais. Algumas vezes ela se atirou feio e caiu. Mas
como seria possível caminhar sem antes cair no chão?
Hoje, ela caminha devagar por que
já teve pressa e leva esse sorriso (...)
Sabe que sua história não estará
pelo avesso assim, sem final feliz. E que terá muitas coisas bonitas pra contar.
E até lá, vai viver. Tem muito ainda por fazer.
“ O mundo começa agora...”.
- Está apenas começando!
Nossa Bacharel. Nossa flor da
justiça!
Parabéns e muito sucesso!
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