quarta-feira, 27 de outubro de 2010

[Meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto, de tudo que eu ainda não vi].

Sim, porque hoje amanheci bem campeiro. Com saudade da fronteira e de um amor que não perdi.

Tua ausência em mim presente

A saudade que sorvo se faz mais comprida
Faz amargos os dias de um viver que se ausenta
Vejo só réstias de vida em minhas vistas
Embaçadas pelo aguaceiro que por vezes despenca.

A ferrugem do tempo que desgasta os aperos
Que envelhece lembranças, cria taperas
Negaciou a velhice que juntos sonhamos,
Uma parte de mim findou-se com ela.

Mas vagueia um cheiro a todo o momento
E sinto no rancho um perfume de flor.
Nem sem ar esqueço como era seu cheiro
E a presença se faz na lembrança que ficou.

À noite sonho que te tomo em meus braços;
Beijo teu rosto e te falo ao ouvido:
- A presença é bem mais que abraços
Ausência alguma envelhece o que sinto.

Então, o vento troca de direção e tomo as rédeas do tempo
E montado na sorte, tranqueio firme e reponto o destino.
Sinto em meu corpo teu abraço com força prendendo
E tu, sorrindo, cochicha o caminho pra o nosso viver infinito...

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