À cada hora!
...continuação de segunda-feira, 5 de julho de 2010:
...Obviamente o tempo naquele minuto não lhes importava. - O instante do eterno; A deformidade temporal dos que amam.
Agora! Berram seus corações, num ritmo mórbido. Os corpos se tocam e se afastam num movimento contínuo e uniforme como se não fora mais acabar. Sons de atrito e murmúrios deles vinham e se faziam ouvir, juntos e diferentes. Seus rostos sorriam despreocupados, enquanto milhares de milésimos de segundos desejam devorá-los com a corrosiva propriedade dos minutos. - Eu os invejo e lamento por mim, pois já não me sinto assim ou qualquer coisa que o valha a um bom tempo. Enfim, a relatividade de Einstein nunca me fez tanto sentido como agora. Não importa o quanto uma coisa seja constante, ela nunca será vista da mesma forma. Meu tempo não é o mesmo deles, embora fisicamente o seja. Eu digo que não, e discuto comigo mesmo, mas não consigo mais aproveitar o momento. O meu instante vem sempre precedido pelo depois. E depois do depois o que virá?
Já não discordo daquela voz e nem concordo. Estou indiferente. - Que o tempo passe como tem de passar para cada um. O instante do momento em que percebemos que o agora é a única coisa que teremos quando nosso ponteiro parar de se mover. É o que resta àquela voz que já não escuto mais.
Por um breve intervalo, nada mais me preocupa. Apenas espero com paciência e despreocupação. Que o tempo passe.
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